Enquanto criança a mente é livre, histórias são inventadas, criam-se personagens e amigos imaginários, voa-se mesmo tendo fisicamente os pés no chão... tudo isso sem autocobrança, não há repressão, inexiste a preocupação em agradar quem quer que seja, o papel é riscado por simples e ingênua vontade, sem vícios técnicos, são rabiscos alienados de qualquer julgamento sobre cores utilizadas, formas reveladas, material empregado, métodos, qual escola ou artista inspirou a arte... Ah! Momentos felizes! Lendo uma frase de Pablo Picasso: "Toda criança é artista. O problema é como permanecer artista depois de crescer.", dei conta de que me esqueci de ser livre como uma criança, ser leve, deixar a imaginação solta por mais absurdo que seja o caminho. O título dessa postagem, "Libertas quae sera tamen", é a expressão escrita na bandeira de Minas Gerais, sua tradução é "Liberdade ainda que tardia", e isso anseio para mim, ser livre, liberta de qualquer formalidade e preconceito como uma criança. Para terminar o desabafo: "O fim da arte inferior é agradar, o fim da arte média é elevar, o fim da arte superior é libertar."(Fernando Pessoa). Assim, abaixo, minha libertação! Trabalho sem a pretensão de agradar, sem técnica, sem valor artístico...